Muita gente diz: “ainda bem que não sou como aquele bandido... como aquele mendigo... como aquele pobre”. Isso significa que o bandido, o pobre e o que passa fome precisam existir para que outras pessoas sejam boas, abastadas e vaidosas.
Na liturgia das igrejas cristãs esse ensinamento se faz presente na maior parte dos rituais. Por exemplo, Cristo morreu entre dois ladrões para demonstrar o amor pelas pessoas e então os ladrões adquiriram o papel de contribuintes no plano cristão da salvação.
Você vai dizer que isso é loucura, mas não é. Tudo isso é coisa do mundo e o mundo é construído pela imaginação. A igreja cristã imaginou um papel positivo a ação de dois ladrões naquele cenário, como também dos famintos, das prostitutas, dos leprosos...
Sem pobres, famintos, prostitutas e leprosos, o plano da salvação estaria incompleto. Subentende a liturgia cristã. Isto é, os mendigos, os imorais sentenciados pelo tribunal dos juízes e todos os pobres são seres humanos inferiores aos outros seres humanos.
O mundo não é o resultado dos fatos históricos. O mundo é o que foi escrito e ensinado a respeito dos fatos históricos.