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Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não não não não

Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça agüenta se você parar,
não não não não
Há uma voz que canta,
uma voz que dança,
uma voz que gira
Bailando no ar

Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente outra vez

Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez


Link: http://www.vagalume.com.br/raul-seixas/tente-outra-vez.html#ixzz2k0W3PSyd

Carisma e caráter
Carisma e caráter

                Carisma e caráter                               17 de setembro de 2006

 

            Josedomingos13@hotmail.com

 

            A sociedade brasileira não reage com indiferença quando é divulgada nova pesquisa eleitoral. Muitos comemoram os números, alguns questionam os métodos dos institutos e outros preferem sonhar que a pesquisa não influencia nos resultados finais. Porém, não era preciso pesquisa eleitoral para adivinhar que este seria o quadro desenhado a nossa frente.

            Para ser mais didático, a política virou um programa de televisão. Não um programa jornalístico com aqueles apresentadores estáticos e cronistas pessimistas como Arnaldo Jabour, nem uma novela brasileira ou mexicana, nem um programa de auditório com animadores de torcida.

É um novo tipo de programa que mais parece um reality Show. Têm participantes selecionados (em toda seleção apenas alguns são bons), tem cobertura do dia-a-dia dos candidatos, tem cenas e mais cenas editadas e tem o popular paredão.

Provavelmente o quadro de 2006 tenha o melhor elenco da história, pois a história de hoje é sempre melhor que a de ontem. Também é provável que os participantes de hoje sejam mais ou menos, ao mesmo tempo, bandidos e mocinhos. Este quadro humano é o melhor possível para um excelente reality show. O carismático que nasceu e viveu no meio do povo oprimido; o estrategista maquiavélico; os inocentes e os culpados; os laranjas que foram candidatos para outro receber votos; as melancias que apenas querem aparecer.

Antes de chegar o dia D, alguns vão sendo eliminados. Os erros percebidos são julgados por média de 1200 eleitores e ponto. Não há perdão na opinião. Há poucos meses atrás, José Dirceu era um réu. Hoje não é mais. Roberto Jéferson era julgado e também condenado. Hoje não é mais.

José Serra e Geraldo Alckmin, “vendoindo” ambulâncias sanguessugadas, tornaram-se mais perigosos que Delúbio Soares e Marcos Valério. Tal como o reality show, os eliminados são esquecidos rapidamente mesmo que acelerem o coração das meninas ou marquem o intelecto dos sensíveis. De verdade, é o carismático que fica na memória e entra pra história.

Sendo que, a cada pesquisa diminui os personagens, a cobertura diária torna-se um café de anteontem, difícil de engolir. Entra em cena a edição dos melhores momentos. Cada edição um suspense para o candidato e para o eleitor. O eleitor tem medo da sombra maldita daquele debate da era Collor em 1989, maquiavelicamente editado pela Rede Globo, e o candidato têm medo de não ser competente como foi a Globo naquela ocasião.

Vem aí o paredão final. Serra e Alckmin, sem carisma e sem caráter, dispostos a mostrar como superou Delúbio e Valério no quesito corrupção.