Como pode o peixe vivo viver fora da água fria
Nesse ano de 2005 a média anual para os alunos da rede pública de educação subiu de cinco para seis pontos de média. A princípio é uma medida que sugere alunos mais inteligentes, numa demonstração à sociedade, principalmente aos que moram em outros estados, que no Paraná os alunos possuem notas acima da média nacional.
Mas não é bem assim. Na prática o resultado foi assustador. Um elevado índice de reprovação e inclusive a medida torna-se injusta quando o aluno é reprovado por décimos nas chamadas disciplinas diversificadas, pois a bem da verdade, segundo a LDB, nenhum aluno deveria reprovar em disciplinas diversificada.
Em efeito, o que houve foi uma determinação legal dos poderes do Estado para que as escolas e professores cumprissem, como se isso não implicasse em nenhuma mudança na estrutura do sistema, tanto do ponto de vista físico como do ponto de vista pedagógico. Nada mudou no número de alunos por turma, pelo contrário, no meio do ano houve um movimento institucional para juntar turmas e o material didático assim como os recursos pedagógicos continuaram do mesmo tamanho, valor e condição.
Se por um lado os Professores ganharam com a conquista da hora atividade, por outro lado perderam com o aumento da média sem mudança curricular. Ou seja, muda-se a média para seis pontos dentro de um sistema curricular que foi planejado e está a muitos anos em execução para um valor de cinco pontos.
O sistema de educação também não pensou em outras coisas importantes que não funcionam nas escolas: a participação dos responsáveis pelos alunos na elaboração do regimento interno das escolas e suporte educacional aos alunos com histórico de baixo rendimento escolar ou com histórico de difícil condições sociais e econômicas.
Na dá pra negar que existe alunos que a única comida que comem durante o dia é a merenda escolar e não podemos exigir destes alunos o mesmo rendimento dos outros que comem três refeições diárias.
Mais impressionante ainda é o fato de nenhuma instituição levantar essa discussão e os pais de alunos não entrarem com recurso contra os resultados. A entidade que representa os alunos em nenhum momento se posicionou contra e o sindicato dos professores não insistiu na defesa da medida.