Diferenças e igualdade de classes
Tenho muitos amigos. Uns pobres e outros muito pobres; uns quase ricos e outros ricos. Porém, uma coisa eles têm em comum: Como e quanto gastar o que ganha.
Por muito tempo pensei que a única igualdade entre os muito pobres, pobres, quase ricos e ricos era apenas a forma como cada classe arrecadava sua renda. Não é!
O malogrado costume de acumular riquezas de forma ilícita é praticado por pessoas de todas as classes. E em todas elas há os “santificados” e os “puros”.
Em toda classe há alguém usando outro como gangorra. Uns pouquíssimos pobres ascendem vertiginosamente puxados pela classe superior; uns pouquíssimos ricos descendem vertiginosamente puxados pela classe abaixo;
Isto é: todos ganham. Muito pouco, pouco, bastante ou mais que bastante, todos ganham. Assim ou assado, todos ganham. A diferença é como as pessoas gastam o que ganham?
Não é pecado ser rico, não é pecado ser pobre. Pecado é um rico gastar o que ganhou como se fosse pobre ou um pobre gastar o que ganhou como se fosse rico.
Portanto, há muita semelhança e muita diferença entre pobres e ricos. A maior igualdade é a de que todas as classes arrecadam e gastam riquezas e repetem-se, em todas as classes, as mesmas formas de arrecadar tais riquezas. A maior diferença entre as classes é como se gasta o que arrecada.
Para alguns, a riqueza é como água nos vãos dos dedos. Outros possuem a riqueza como um Tio Patinhas. Mas nem Tio Patinhas nem água nos vãos dos dedos são duas formas de gasto recomendável.
É preciso planejar. De acordo com a classe. Com racionalidade. Sem ambição.
É preciso ensinar aos filhos como negociar justamente, como gastar com equidade, a não ter cartão de credito, nem cheque, nem celular de conta, ter sempre no bolso uma relação de coisas a serem adquiridas no futuro (coisas a altura de sua renda), senão dá no que dá. Ninguém pode ficar sem comer, economizando de um salário mínimo para comprar uma Ferrari. Vai passar fome a vida inteira e nunca terá uma ferrari.