Andei pensando!
Qual seria o impacto econômico, o desgaste político, o efeito real que a cultura popular provocaria caso se consumasse num movimento organizado, reivindicando (transformação) mudanças.
Pra meu desespero, cheguei a várias conclusões. Primeiro que a cultura popular são manifestações comuns de pessoas comuns e não é organizada enquanto movimento. Não existe uma bandeira (especifica nem sentimentos que identifique – existe sim) nem uma razão conhecida por todos.
Um sentimento de identidade, como se fosse uma estrela brilhando em cada coração e em cada cabeça.
O que me leva a crer que cultura popular são manifestações comuns, de pessoas comuns, é que em todos os cantos da cidade encontramos pessoas que se reúnem, conversam, cantam e dançam. Tomam chimarrão, festejam aniversários, brincam de roda, jogam capoeira, fazem mutirões diversos, aderem ao hip-hop, ao brek, ao teatro, enfim. Praticam atividades voluntárias que criam laços, que formam a consciência, estes são o sentimento comum a todos.
Segundo, que mudança a cultura popular necessita? Qual a dificuldade que existe na cultura popular?
O fato é que nas rodas e nos grupos, nas conversas e nos debates comunitários, uma preocupação toma conta de todos. Falta emprego, falta espaço para participar da política, falta esperança para encarar o dia-a-dia.
O que se aprende numa oficina de cultura popular, o conteúdo, as técnicas e a teoria são os mesmos de uma oficina da cultura moderna ou clássica. A diferença é que os sujeitos da cultura popular estão submetidos a um estado de constante tentativas de dominação ideológica a um sistema econômico excludente e a uma historia de vida marcada pelo sofrimento e e pela dor. A dor é maior que a graça, a tristeza maior que a alegria.