Sertanejos de pele morena
uma história de fome
ainda tem um pouco de farinha.
Longas caminhas pé no chão
vidas seca nordestina
na mente a saudade de um pedaço de pão.
Descendentes de uma geração de nanicos
dos roçados do sertão.
O sofrimento abala
o raiar da juventude
esperança de viver o advento
o simbolo de Deus.
Sua alma se encanta
se enche de virtude
e mergulha num sacramento:
erguer os olhos para os céus.
Morre no meio da coivara
e sepulta o sonho perdido
de morar numa casa de taipa
numa terra moça, no sul;
de renovar a aliança com o amado
e tê-lo, sem fome,
e abrir um sorriso
tal como a flor do mandacarú.