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Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não não não não

Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça agüenta se você parar,
não não não não
Há uma voz que canta,
uma voz que dança,
uma voz que gira
Bailando no ar

Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente outra vez

Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez


Link: http://www.vagalume.com.br/raul-seixas/tente-outra-vez.html#ixzz2k0W3PSyd

Trabalho Discurso sobre o Espírito Positivo
Trabalho Discurso sobre o Espírito Positivo

FACULDADE BAGOZZI

CURSO DE FILOSOFIA

ALUNO: JOSÉ DOMINGOS DA SILVA

1º PERIODO/2003 

 

TRABALHO

 

LEITURA, INTERPRETAÇÃO E APRESENTAÇÃO

 

 

DO LIVRO: DISCURSO SOBRE O ESPIRITO POSITIVO.

 

 

 

CURITIBA, 17 DE ABRIL DE 2004.

 

 

 

 

 

SUMÁRIO

 

1 – Introdução

 

      1.1 – Vida e influências

 

2 - Principais Temas da Obra

 

2.1 - A Lei dos Três Estados

 

a)    – O estado teológico ou “fictício”.

 

b)    – O estado metafísico

 

c)    - O estado positivo

 

3 - Dúvidas Permanentes

 

        3.1 - Um paralelo do positivismo com o idealismo

 

4 – Atualidade da Obra

 

5 - Conclusão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Augusto Comte – Discurso sobre o Espírito Positivo

 

1 – Introdução

 

1.1 – A vida e influências

 

            Augusto Comte estudava politécnica aos 16 anos.

            Em 1832 era explicador de análise e de mecânica na mesma escola que estudava e ocupou este cargo até 1851.

            Em 1837 foi examinador de vestibular. Ocupou esta função até 1844.

            Por diversas vezes, Comte solicitou o cargo de professor da escola politécnica e não foi atendido, inclusive lhe fora negado a cátedra de história geral das ciências positivas no Collège de France.

            Dois acontecimentos de sua vida são importantes nesta obra:

-          Em 1817, quando conhece Saint-Simon (organizador do sistema industrial)

-   Em outubro de 1844, quando declara seu amor para Clotilde de Vaux, irmã de um de seus alunos. Comte com 47 anos e Clotilde com 30. Em 1846, Clotilde morre.

            Em 1826, abre a o Curso de Filosofia Positiva, em sua casa. Neste momento Comte contava com as linhas mestres de seu sistema.

            Em 1831, Comte abre um curso de astronomia numa sala da prefeitura, gratuito, destinado a ensinar “operários de Paris”.

            Em 1844, publica o prefácio da obra: Discurso Sobre o Espírito Positivo. Exatamente no ano que declara seu amor para Clotilde.

            Entre 1851 e 1854 aparecem os volumes Sistema de Política Positiva ou Tratado de Sociologia, que institui a religião da humanidade. O ultimo volume sobre o Futuro Humano prevê reforma total da obra sob o título de Síntese Subjetiva.

            Desde 1847, Comte proclama-se sacerdote da religião da humanidade. 

            Institui o calendário positivista, onde os santos são os grandes pensadores da história e cria dogmas morais e políticos como: “Ordem e Progresso”, “Viver Para o Próximo”, “O Amor Por Principio, A Ordem Por Base, O Progresso Por Fim”.

            Funda várias igrejas positivistas, inclusive ainda existe delas no
Brasil.

            Morre em 1857 após ter anunciado que “antes do ano 1860 pregaria o positivismo em Notre-Dame como a única religião real e completa”. 

            Comte inicia fazendo uma critica da teologia para findar como profeta.

            Muitos contestaram sua doutrina. Destaque para um ex-discípulo de nome Littré, que abandonou a sociedade positivista em 1851. Inicialmente este discípulo elabora um dicionário para divulgar a doutrina positivista, depois que abandona a sociedade afirma que a filosofia de Comte é uma espécie de delírio político-religioso, inspirado no amor platônico de Comte por Clotilde.

            No entanto, há que considerar que a filosofia positivista terminou em aplicaçoe políticas e na fundação de uma nova religião.

 

 

2 - Principais temas da obra

 

É a partir do seu encontro com Sain-Simon, em 1817, que nasce o primeiro grande tema desta obra, Discurso Sobre o Espírito Positivo: a concepção de uma política social e de uma política cientifica.

 

2.1 - A Lei dos Três Estados

 

            A filosofia da história, tal como Comte a constrói, é muito idealista.

Para Comte "as idéias conduzem e transformam o mundo" e “é a evolução da inteligência humana que comanda o desenrolar da história”.

Comte afirma que nós só podemos conhecer o espírito humano através de obras. Obras de civilização e história dos conhecimentos e das ciências - que a inteligência produz no decorrer da história.

Nesse sentido, o espírito humano, vai explicar o universo através da Lei dos Três

Estados:

 

A)   O estado teológico ou "fictício" que explica os fatos por meio de vontades análogas à nossa (a tempestade, por exemplo, será explicada por um capricho do deus dos ventos, Eolo). Este estado evolui do fetichismo ao politeísmo e ao monoteísmo.

 

b) O estado metafísico substitui os deuses por princípios abstratos como "o horror

ao vazio". A tempestade, por exemplo, será explicada pela "virtude dinâmica” do ar (²).

Este estado é no fundo tão antropomórfico quanto o primeiro ( a natureza tem "horror" do vazio exatamente como a senhora Baronesa tem horror de chá). O homem projeta de forma espontânea a sua própria identidade sobre a natureza.

A explicação é uma explicação psicológica. Afinal, a explicação metafísica para Comte tem uma importância sobretudo histórica como crítica e negação da explicação teológica.

Desse modo, os revolucionários de 1789 são "metafísicos" quando evocam os "direitos" do homem - reivindicação crítica contra os deveres teológicos anteriores, mas sem conteúdo real.

 

c) O estado positivo é aquele em que o espírito renuncia a procurar os fins últimos e a responder aos últimos "por quês". A noção de causa é por ele substituída pela noção de lei. Devemos nos contentar em descrever como os fatos se passam, em descobrir as leis (expressas em linguagem matemática) segundo as quais os fenômenos ocorrem. Tal concepção do saber desemboca diretamente na técnica: o conhecimento das leis positivas da natureza nos permite, com efeito, quando um fenômeno é dado, prever o fenômeno que se seguirá e, eventualmente agindo sobre o primeiro, transformar o segundo.

Acrescentemos que para Augusto Comte a lei dos três estados não é somente verdadeira para a história da nossa espécie, ela o é também para o desenvolvimento de cada indivíduo. A criança dá explicações teológicas, o adolescente é metafísico, ao passo que o adulto chega a uma concepção "positivista" das coisas.

 

3 - Duvidas permanentes

 

3.1 - Um paralelo  do positivismo com o idealismo

 

Ao idealismo da primeira metade do século XIX se segue o positivismo, que ocupa, mais ou menos, a segunda metade do mesmo século, espalhado em todo o mundo civilizado.

O positivismo representa uma reação contra o apriorismo, o formalismo, o idealismo, exigindo maior respeito para a experiência e os dados positivos. Entretanto, o positivismo fica no mesmo âmbito imanentista do idealismo e do pensamento moderno em geral, defendendo, mais ou menos, o absoluto do fenômeno.

A diferença fundamental entre idealismo e positivismo é a seguinte: o primeiro procura uma interpretação, uma unificação da experiência mediante a razão; o segundo, ao contrário, quer limitar-se à experiência imediata, pura, sensível, como já fizera o empirismo. Daí a sua pobreza filosófica, mas também o seu maior valor como descrição e análise objetiva da experiência - através da história e da ciência - com respeito ao idealismo, que alterava a experiência, a ciência e a história. Dada essa objetividade da ciência e da história do pensamento positivista, compreende-se porque elas são fecundas no campo prático, técnico, aplicado.

Além de ser uma reação contra o idealismo, o positivismo é ainda devido ao grande progresso das ciências naturais, particularmente das biológicas e fisiológicas, do século XIX. Tenta-se aplicar os princípios e os métodos daquelas ciências à filosofia, como resolvedora do problema do mundo e da vida, com a esperança de conseguir os mesmos resultados.

Enfim, o positivismo cresceu graças ao desenvolvimento dos problemas econômico-sociais, que dominaram o mesmo século XIX. Sendo muito valorizada a economia, produtora de bens materiais, é natural se procure uma base filosófica positiva, naturalista, materialista, para as ideologias econômico-sociais.

O positivismo admite, como fonte única de conhecimento e critério de verdade, a experiência, os fatos positivos, os dados sensíveis. Nenhuma metafísica, portanto, como interpretação, justificação transcendente ou imanente, da experiência.

A filosofia é reduzida à metodologia e à sistematização das ciências. A lei única e suprema, que domina o mundo concebido positivamente, é a evolução necessária de uma energia naturalista, como resulta das ciências naturais.

Dessas premissas teóricas decorrem necessariamente as concepções morais hedonistas e utilitárias, que se desenvolvem no seio do positivismo. E delas dependem, mais ou menos, também os sistemas político-econômico-sociais, florescidos igualmente no âmbito natural do positivismo.

Na democracia moderna - que é a concepção política, em que a soberania é atribuída ao povo, à massa - a vontade popular se manifesta através do número, da quantidade, da enumeração material dos votos (sufrágio universal).

O liberalismo, que sustenta a liberdade completa do indivíduo - enquanto não lesar a liberdade alheia - sustenta também a livre concorrência econômica através da lida mecânica, do conflito material das forças econômicas.

Para o socialismo, enfim, o centro da vida humana está na atividade econômica, produtora de bens materiais, e a história da humanidade é acionada por interesses materiais, utilitários, econômicos (materialismo histórico), e não por interesses espirituais, morais e religiosos.

O positivismo do século XIX se iguala ao empirismo dos séculos XVII e XVIII, e porquanto reduz o conhecimento humano ao conhecimento sensível, a metafísica à ciência, o espírito à natureza, com as relativas conseqüências práticas. Diferencia-se, porém, desses sistemas por um elemento: o conceito de vir-a-ser, de evolução, considerada como lei fundamental dos fenômenos empíricos, isto é, de todos os fatos humanos e naturais.

O positivismo concebe o fenômeno como evolução, por causas. Através de um conflito mecânico de pessoas e de forças, mediante a luta pela existência, determina-se uma seleção natural, uma eliminação do organismo mais imperfeito, sobrevivendo o mais perfeito.

Daí acreditar o positivismo trata-se, porém, de um progresso concebido naturalisticamente, quer nos meios quer no fim, para o bem-estar material.

Nessa crítica e vitória sobre o positivismo, pode-se distinguir duas fases principais: uma negativa, de crítica à ciência e ao positivismo; outra positiva, de reconstrução filosófica, em relação com exigências mais ou menos metafísicas ou espiritualistas.

 

4 - Atualidades

 

4.1 - A Classificação das Ciências

 

As ciências, no decurso da história, não se tornaram "positivas" na mesma data, mas numa certa ordem de sucessão que corresponde à célebre classificação: matemáticas, astronomia, física, química, biologia, sociologia.

Das matemáticas à sociologia a ordem é a do mais simples ao mais complexo, do mais abstrato ao mais concreto e de uma proximidade crescente em relação ao homem.

Esta ordem corresponde à ordem histórica da aparição das ciências positivas. As matemáticas (que com os pitagóricos eram ainda, em parte, uma metafísica e uma mística do número), constituem-se, entretanto, desde a antiguidade, numa disciplina positiva (elas são, aliás, para Comte, antes um instrumento de todas as ciências do que uma ciência particular). A astronomia descobre bem cedo suas primeiras leis positivas, a física espera o século XVII para, com Galileu e Newton, tornar-se positiva. A oportunidade da química vem no século XVIII (Lavoisier). A biologia se torna uma disciplina positiva no século XIX. O próprio Comte acredita coroar o edifício científico criando a sociologia.

As ciências mais complexas e mais concretas dependem das mais abstratas. De saída, os objetos das ciências dependem uns dos outros. Os seres vivos estão submetidos não só às leis particulares da vida, como também às leis mais gerais, físicas e químicas de todos os corpos (vivos ou inertes). Um ser vivo está submetido, como a matéria inerte, às leis da gravidade. Além disso, os métodos de uma ciência supõem que já sejam conhecidos os das ciências que a precederam na classificação.

Os fenômenos psicoquímicos condicionam os fenômenos biológicos, mas a biologia não é uma química orgânica. Comte afirma energicamente que cada etapa da classificação introduz um campo novo, irredutível aos precedentes. Ele se opõe ao materialismo que é "a explicação do superior pelo inferior".

Nota-se, enfim, que a psicologia não figura nesta classificação. Para Comte o objeto da psicologia pode ser repartido sem prejuízo entre a biologia e a sociologia.

 

 

5 - Conclusão

 

            Comte rejeita como metafísica a doutrina dos direitos do homem e da liberdade. Assim como "não há liberdade de consciência em astronomia", assim uma política verdadeiramente científica pode impor suas conclusões. Aqueles que não compreenderem terão que se submeter cegamente (esta submissão será o equivalente da fé na religião positivista).

            Eis um método e uma técnica para apuração, apreensão e difusão do pensamento.

 

            Referencias Bibliográficas

 

Discurso preliminar sobre o espirito positivo. Comte, Augusto.

      Site/livros_grátis/espirito_comte.htm