Aluno: José Domingos da Silva
Faculdade Bagozzi
Trabalho de Filosofia Contemporânea
Professora Rosana
Junho de 2004.
Tema: caracter existencialista da obra
Na defesa do existencialismo, Sartre toma posição contra a metafísica, pois a metafisica tem concebido o ser, orientando-o no sentido de um mundo inteligível.
Sartre vem afirmar que há, em primeiro lugar, a existência do ser, sua própria vontade e seu modo de agir. O homem ocupa o lugar de Deus e é o artificie do próprio ser. O princípio fundamental do existencialismo diz: o homem não é, nada mais, senão aquilo que de si faz.
Essa posição de Sartre torna o homem absolutamente livre, condena o homem a liberdade e para ser livre nenhuma oposição pode haver, nenhuma fé em Deus, nenhuma verdade, nenhum valor acima. A saída para seus problemas é seu próprio ser, e o “si próprio” ou o “ser-por-si” é também seu ponto de apoio.
Sartre extrai da filosofia de Husserl – da teoria da intencionalidade -, a conclusão (que não é husserliana), de que a consciência jamais revela a si mesma, mas somente o outro, o conhecido. O conhecido é o único ente que sempre existe, uma presença. É o “em si”, não criado por uma inteligência (pois nesse caso dependeria da inteligência criadora).
Em Sartre, a consciência é o “deixar aparecer”, a consciência de si. Partindo desse pressuposto, Deus não pode existir, pois deveria ser ao mesmo tempo plenitude de ser e plenitude de inteligência.
As religiões e as filosofias teístas, convictas de que existe uma inteligência que nasce do desejo que o homem tem de fazer-se Deus, ou seja, uma inteligência que existe na origem do real. Sartre aponta o desejo como carência, como privação, e o objeto do desejo é o valor. Portanto, o valor supõe a consciência de uma carência e o preenchimento dessa carência realiza-se em nome de Deus. Mas, é em virtude do homem que o valor vem ao mundo.
A corporeidade
O caráter principal do homem é a coporeidade.
A consciência percebida é consciência minha. Como ela poderá unir-se a um corpo alheio? Surge um problema sem solução.
Não posso perguntar se a consciência minha poderá unir-se a um corpo meu, pois se tenho corpo é porque tenho consciência de mim enquanto corpo.
A corporeidade me é dada como um modo de ser da minha consciência.
O ser com os outros
Outra característica do homem é o ser com os outros. O ser alheio me é dado, não é criado por raciocínios. O olhar, por exemplo, é um fenômeno que revela o outro. O olhar demonstra que o outro não pode ser objeto. Ficamos envergonhados diante de alguém. O alguém é sujeito e daí, nós nos sentimos objetos diante o outro.
A liberdade
O para-si não é apenas consciência do objeto. É ação sobre as coisas, ação e reação diante dos outros. Para agir o homem necessita de liberdade. Liberdade é essencial para o homem. É o próprio homem que determina sua essência, fazendo-a, construindo-a, projetando-a.